ESPECIAL DO BLOG: OS AVATARES DA COMUNIDADE LGBTQIAPN+ NOS JOGOS DE LUTA
No dia em que o mundo celebra o Orgulho LGBTQIAPN+, o BLOG DO REAL MINER decidiu fazer este artigo destacando os verdadeiros "AVATARES DO ARCO ÍRIS" no mundo dos Fighting Games, devido a sua representatividade para essa comunidade.
Antes de mais nada, é sempre importante ressaltar como a nossa concepção sobre a figura da pessoa LGBTQIAPN+ foi mudando com o passar das décadas. Infelizmente ainda há muito o que avançar, principalmente na questão do combate ao preconceito, mas podemos dizer evoluímos muito no modo de agir com essa parcela da população tão importante para a nossa identidade social.
Abaixo, citaremos alguns exemplos de personagens que de alguma maneira fazem com que os LGBT's se sintam acolhidos dentro de uma mídia como os jogos de lutas, que apesar da predominância masculina, tem se enchido de cor a cada ano que passa.
Comecemos inicialmente com Poison, que mesmo tendo a sua sexualidade envolta de muitas controvérsias, é sem dúvida alguma a figura mais lembrada por apreciadores de jogos de luta e pessoas LGBTQIAPN+.
Oriunda do primeiro Final Fight, lançado em 1989, Poison teve seu gênero alterado pela primeira vez em razão dos receios da Capcom com a forma como público ocidental encararia o fato do game mostrar uma mulher apanhando de homens em um jogo eletrônico.
Para resolver esse problema, a solução encontrada pela desenvolvedora foi atribuir a personagem o termo "Newhalf", que é designado para alguém que é travesti ou transexual, o que também não deixou de ser uma concepção errada. Quando o jogo ganhou uma versão para o Super Nintendo, a Capcom precisou remover as duas únicas figuras femininas do panteão de vilões da gangue Mad Gear por dois homens. Ela e Roxy deram lugar a Billy e Sid, dois sujeitos que possuíam as mesmas cores que elas.
Diante dessa polêmica, a Capcom parece ter encontrando um meio da captar a atenção dos fãs e da mídia especializada, tanto que as suspeitas sobre uma redefinição de gênero da personagem ganharam força em 1999, quando a empresa lançou Fight Fight Revenge, primeiro jogo da série totalmente em 3D.
Além de inserirem um interesse amoroso dela por um dos protagonistas, Cody, foi sugerido que Poison teria passado por uma cirurgia de redesignação de sexo.
O posicionamento de Poison como mulher trans foi reforçado novamente em 2014, quando a personagem foi incluída na atualização "Ultra" de Street Fighter IV. Durante uma entrevista, o então produtor da série, Yoshinori Ono, deu a seguinte declaração após ser questionado sobre o verdadeiro gênero da personagem.
"Vamos esclarecer as coisas: na América do Norte, Poison é oficialmente uma mulher transexual pós operada. Mas no Japão, ela simplesmente esconde seus negócios para parecer mulher".
O fato primordial nessa história é que mesmo a Capcom não tendo um entendimento definitivo sobre o gênero de Poison, muitos fãs já a destacam como uma figura LGBTQIAPN+, o que coloca Street Fighter com posição de destaque.
Lançado no início de junho de 2023, Street Fighter 6 acabou apresentando uma pequena leva de novos lutadores com personalidades interessantes. Entre essas figuras está Marisa, uma italiana declaradamente bissexual.
Em dado momento da interação da personagem com o avatar criado pelo jogador no modo World Tour, a designer de joias ressalta não ver diferença entre homem e mulher, sendo que o mais importante é ter alguém ao lado para aproveitar as belezas do mundo.
Além disso, em uma das missões do game, Marisa pede ajudar ao avatar para escolher um pretendente, sendo eles Marta ou Diego, conforme observou Bia Magalhães, do blog O Cantinho da Bia Chun-li.
Os pretendentes de Marisa no World Tour: Marta e Diego
A confirmação da informação reforçou o que os desenvolvedores do jogo já declaravam anteriormente em entrevistas. O diretor de arte do jogo, Kaname Fujioka, descreveu Marisa como "obstinada, mostrando sua afeição por homens e mulheres de sua maneira especial".
Tal personalidade fez surgir um shipper com a supermodelo francesa Manon, justamente pela forma como trata a judica. Ela também demonstra ter uma queda por Zangief, ficando essa informação evidenciada no final do modo história do Ciclone Vermelho.
Outros lutadores da franquia com sexualidade envolta em mistérios são Eagle, Juri-Han e Zangief. No caso do britânico de Street Fighter 1, algumas de suas frases na versão japonesa de Capcom Vs SNK 2 carregam gírias da comunidade LGBTQIAPN+, com duas delas evidenciando aversão as personagens Cammy e Morrigan.
O caso de Juri Han também é quase similar ao de Eagle, entretanto, com contexto mais voltado para uma orientação bissexual. Aparentemente, a coreana flerta com Cammy e Chun-Li em algumas falas de Street Fighter IV.
Com relação a Zangief, há apenas uma trivialidade em sua biografia oficial, que dá a entender que o personagem "não gosta de mulheres bonitas". Essa condição pode está relacionada não só ao fato da beleza está às vezes associada ao egocentrismo, mas também a condição de que a Rússia é um dos países mais conservadores no que diz respeito a diversidade sexual.
Entretanto, as características físicas de Zangief são frequentemente relacionadas a uma subcultura gay popularmente conhecida com "Bear", onde os homens possuem aparência rústica, com barbas e pelos volumosos, além de porte físico mais avantajado. Essas características foram lembradas em uma enquete promovida pelo site GayGamer, com o russo ficando na 13ª colocação.
Por falar em Cammy, o mistério em torno de sexualidade da loira também tem sido bastante explorado desde Street Fighter V. O denominador dessa história tem sido a sua companheira Doll, Juni.
Fica evidente que Cammy passou a desenvolver um laço fraternal com as Dolls após os eventos de Street Fighter Zero 3, mas ela parece ter um tratamento mais íntimo com Juni. Seria realmente a agente da Delta Red lésbica? Talvez não, uma vez que sua participação em outras produções abrem margem para o envolvimento delas com homens.
As insinuações sobre a sexualidade de Juni também ocorrem em arte do próprio SFZ3, que sugerem uma relação mais íntima com Juli, sendo esta a amada do mexicano T. Hawk. Na observação de Bia Magalhães, do blog O Cantinho da Bia Chun-li, a suspeita disso deve-se ao fato delas serem retratadas juntas como se uma complementasse a outra, indo além de serem simples parceiras de luta.
Seth fez sua estreia em Street Fighter IV, sendo o chefe final desta edição. Ele tinha um corpo masculino, porém, após ser derrotado, o seu cérebro biológico foi transferido para uma Doll Unidade Zero. A responsável por essa façanha foi Juri Han.
De acordo com a própria Capcom, o atual corpo de Seth é o 15º de uma unidade de 26 corpos, todos planejados para tomar o controle da organização de Bison, a Shadaloo. Seth é mais máquina do que um ser humano, podendo se apossar de qualquer linha cibernética, desde uma máquina de lavar a ciborgues avançados.
A desenvolvedora de SF também nunca definiu Seth como homem ou mulher, o que pode colocá-lo como um pessoa Não binária, assim como outro exemplo que você verá adiante deste artigo.
F.A.N.G. assumiu o posto de Sagat entre os maiorais da Shadaloo em Street Fighter V, sendo o líder de um misterioso clã de assassinos conhecido como Nguuhao. Seus poderes são oriundos da exposição precoce a diversas soluções venenosas, dando-lhe acesso os caminhos da Mão Venenosa (Dim Mak).
Não há menções claras sobre a vida amorosa de F.A.N.G. dentro da franquia, no entanto, como observado na atualização mais recente do artigo sobre personagens LGBTs de SF do blog O Cantinho da Bia Chun-Li, existem situações que despertam desconfianças sobre a sua sexualidade.
A própria Capcom revelou que a entrada de F.A.N.G. se deu após a desastrosa tentativa de seu clã em atacar M.Bison. O ditador, no entanto, não o matou como fez com os outros desafetos unicamente pelo interesse em seus poderes venenosos, oferecendo-lhe um lugar entre os Quarto Reis da Shadaloo.
F.A.N.G. se tornou um dos Quatro Reis da Shadaloo após a saída de Sagat
Levando isso em consideração, a autora do artigo, Bia Magalhães, observou que F.A.N.G. acabou desenvolvendo uma lealdade um tanto "apaixonada" por Bison, a ponto inclusive de se deseperar com o desaparecimento do corpo do vilão nos eventos finais do modo cinemático "SFV: A Shadow Falls".
F.A.N.G. testemunhou o desaparecimento de M. Bison em A Shadow Falls
Outro fato observado por ela é a questão de sua falta de interesse por mulheres. Essa informação tem como base na versão japonesa do seu conto, Toxicity. O trecho que levanta a suspeita em torno de sua sexualidade foi destacada pelo usuário Red Cyclone no X (antigo Twitter).
O contraponto exposto por Red Cyclone indica que essa condição pode estar mais relacionado ao fato de F.A.N.G produzir fluídos corporais venenosos, o que o impede de ter relações com qualquer pessoa.
Assim como Cammy, Abel foi concebido para ser o corpo perfeito para Bison, mas por algum motivo ele acabou fugindo desse destino, passando a vagar pelo mundo sem qualquer resquício de memórias passadas.
O enredo de SF IV coloca Abel com um dos personagens-chaves da trama
Dessa jornada até sua estreia em Street Fighter IV, Abel teve contato com um peça importante para o combate as ações da Shadaloo, Charlie Nash, que o ensinou técnicas militares de batalha.
Aparentemente, Abel não se encaixaria em nenhuma categoria LGBTQIAPN+, no entanto, a concepção idealizada inicialmente pelos desenvolvedores era a de um judoca de aparência andrógina.
"Com Abel, nós quisemos mostrar que os fracos podem derrotar os fortes, então originalmente ele era esse pequeno judoca que parecia uma garota", justificou o produtor de SF IV, Taisaku Okada.
Outro fato que sustenta o estereotipo LGBT em Abel é que ele possui uma roupa de luta greco romana como traje secundário. Esse tipo de esporte faz bastante sucesso entre membros da comunidade gay.
Traje de luta greco romana de Abel é bastante cultuada por membros da comunidade gay
Da mesma forma que ocorre com Poison, Roxy também é outra personagem cuja sexualidade é frequentemente questionada pelos fãs de Street Fighter. As dúvidas sobre o gênero da lutadora ruiva da Mad Gear foram reacendidas novamente com a publicação de sua ficha biográfica na versão ocidental de Capcom Classics Collection.
Roxy é irmã de Poison, além de membro da gangue Mad Gear
Como foi observado por Bianca Magalhães, do blog O Cantinho da Bia Chun-Li, é revelado na versão ocidental que Roxy não gosta de coisas como cross-dressing, termo que se refere ao ato de alguém possuir uma expressão de gênero oposto, colocando-a de volta como uma mulher cisgênero.
"Roxy cresceu no mesmo orfanato de Los Angeles com Poison. Ela sempre está junto de Poison, embora ela realmente não goste da coisa do cross-dressing"
Já a versão japonesa a mostra como uma pessoa trans que odeia a sua própria condição.
"Criado num orfanato em Los Angeles com Poison. Originalmente um homem tímido, ele ganhava a vida imitando Poison. Na verdade, não gosta de transexuais"
Insinuações sobre uma possível orientação bissexual ou homossexual de lutadores também rondam outros produtos da franquia. Em Street Fighter: The Legend of Chun-Li (Street Fighter: A Lenda de Chun-Li), de 2009, esse tema foi superficialmente explorado em Cantana (Josie Ho), personagem criada especialmente para o filme.
Na trama, Chun-Li (Kristin Kreuk) decide ir em busca de informações sobre o paradeiro do pai, que havia sido levado pela Shadaloo, um grupo criminoso liderado por M. Bison (Neal McDonough). As pistas acabaram levando a jovem até a cidade de Bangkok, na Tailândia, que estava sendo severamente castigada por uma série de ações da organização.
Entre as pessoas que auxiliam Bison está uma influente mulher conhecida como Cantana. Aparentemente, ela possuía atração por garotas, o que acaba facilitando uma abordagem por parte de Chun-Li, que usa de sua beleza para arrancar as informações que precisa. No fim de tudo, Cantana acabou morta por ter revelado mais do que deveria.
Street Fighter 6 também nos apresenta o personagem Eternity, uma figura caricata que gosta de lutar e assistir os outros jogarem Street Fighter.
Dentro do jogo, a Capcom decidiu inserir o Battle Hub, modo de jogo que é basicamente um reino online para os jogadores. Por lá, é possível vagar livremente e interagir com o avatar de outros jogadores. Eternity é quem dá as boas-vindas aos jogadores nesse lugar.
Em termos visuais, Eternity faz lembrar o filme O Quinto Elemento, mais especificamente ao personagem Ruby Rhod, interpretado pelo ator e comediante norte-americano Chris Tucker. Atrelada a roupa chamativa, temos uma pessoa que age de modo exótico e espalhafatoso, transparecendo uma natureza afeminada.
Mesmo a Capcom não tendo confirmado nada sobre o gênero de Eternity, o personagem é tido pelos fãs de Street Fighter como um ícone LGBTQIAPN+. As cores de seu canal fictício também faz alusão a bandeira trans, com as cores azul, rosa e branco.
"Tudo bem então, venha dentro de mim ... Agora ...... Você quer este corpo, não é? Você precisa de mim...... Você quer este corpo, não é? Você precisa de mim..."
"A eternidade pode ser solitária. Por favor, me faça companhia..."
"A noite foi criada para adultos. Você deve ir para casa agora garoto!"
"Eu acho que seria ótimo se Lilith pudesse ser uma hermafrodita, ou se Lilith fosse na verdade um cara (apesar de sua aparência), mas o que vocês acham? Deixe o cabelo mais curto e a região do peito menos protuberante. Quanto ao rosto e à franja, mantenha-os iguais ao desenho anterior", sugeriu Haruo Murata, responsável pelo projeto de Lilith.
Das franquias mais tradicionais de luta que temos, Mortal Kombat é sem dúvida a que mais avançou nos aspectos de representatividade declarada. Parte dessa evolução certamente se deu ao trabalho executado pela NetherRealm Studios, que resolveu refazer a história de MK, incorporando uma nova linha temporal onde alguns eventos ocorreram de forma diferente da original.
Esse reset possibilitou um aprofundamento da linha narrativa da série e, consequentemente, de todos os personagens. Mortal Kombat 9 foi o start dessa corrida, mas Mortal Kombat X passou a retratar as situações de forma mais contemporânea, com pautas ligadas a temas atuais como empoderamento feminino e a temática LGBTQIAPN+.
Kung Jin, descendente do grande campeão do Mortal Kombat pelo Plano Terreno, fez história ao ser confirmado como o primeiro personagem assumidamente gay da franquia. Inicialmente retratado como um cara problemático, a vida dele mudou após um encontre que teve com Raiden no Templo do Céu.
Raiden - "Sangue de Kung Lao... descendente do grande Kung Lao... um ladrão comum."
Raiden - "Você achou que poderia entrar livremente em meu templo... sair de lá... sem a minha cumplicidade?"
Kung Jin - "Você queria que eu o atacasse. Por quê?"
Raiden - "Para liberar sua raiva. Deixar você mais receptivo à razão."
Kung Jin - "E faz com que eu me sentisse péssimo."
Raiden - A inferioridade sempre foi uma parte infeliz da sua personalidade."
A priori, Jin achava-se indigno de ser aceito como guerreiro na Academia Wu Shi em razão de sua reputação, mas Raiden o confortou dizendo que os monges só se importariam com o que existia em seu coração, não com que o coração dele deseja.
Raiden - "Existe um caminho mais iluminado adiante. Um que realmente irá honrar seus ancestrais. Um caminho digno de você."
Raiden - "Vá para a Academia Wu Shi. Junte-se aos Shaolim. Como Kung Lao antes de você."
Kung Jin - "Eu não posso... Eles não vão... aceitar..."
Raiden - "Eles só se importam com o que existe no seu coração. Não com quem seu coração deseja."
Kung Jin -"É tarde demais pra mim."
Raiden - "Nunca é tarde demais, Kung Jin."
Outro prova que reforça a homossexualidade de Kung Jin é o fato dele rejeitar uma cantada de Tanya, que o chama de "Shaolim Charmosão". Como resposta, Jin fala que ela estaria gastando saliva a toa. Questionados sobre esses diálogos, Dominic Cianciolo, escritor da história do jogo, confirmou o rapaz é de fato um personagem gay.
Kung Jin - "Você enfrenta um Shoalim!"
Tanya - "Um Shaolim até bem bonitão."
Kung Jin - "Você tá só gastando saliva, irmã."
Por falar em Tanya, a rebelde edeniana foi outra que levantou suspeitas sobre uma bissexualidade. Na história de MKX, ela decidi aliar-se a Mileena, que havia sido deposta do trono da Exoterra por Kotal Kahn. As duas acabaram desenvolvendo uma relação que passou a intrigar os fãs, principalmente para aqueles as veneram.
Tanya - "Os tarkatâneos estão em posição. Aguardamos a sua ordem."
Mileena - "Está dada, querida Tanya."
Mileena - "Minha querida Tanya."
Tanya - "Podemos começar, imperatriz?"
Mileena - "Será um prazer!"
No final das torres com Mileena em Mortal Kombat 11, é mostrado um final não canônico onde as duas acabam se tornando um casal, com a clone de Kitana no controle da Ampulheta do Tempo da titã Kronika. Alguns diálogos de Mileena também sugerem um sentimento de amor dela por Tanya, que aqui teria sido morta nos eventos pós MKX.
"Com a ampulheta em mãos, minha atenção se voltou a minha irmã. Eu nasci da carne dela, temos o mesmo sangue, eu queríamos que fôssemos uma família, mas ela me queria morta. Eu não era a sua irmã, mas sim um monstro. Quão chocada ela ficaria ao saber que eu usei o poder da Kronika pra tomar o seu lugar?
Sob o olhar de admiração dos meus pais, governo os reinos como Kahnum do Tempo. Os amigos da minha irmã, o amor dela, todos me apreciam. Kitana foi esquecida, seu nome jas nas areias da história. Porém, nem mesmo eu reinarei pra sempre. Como todas as rainhas, eu preciso de um herdeiro, alguém que carregue o meu nome e o meu legado por eras.
Ao contrário da minha irmã, minha filha nutre profunda admiração por mim. Pra ela, eu não sou uma abominação. Eu sou a perfeição."
Kano: "Tô de queixo caidinho aqui. Você e a Tanya?"
Mileena: "Diga seu preço, Kano. Preciso vingá-la"
Kano: "Já que é pessoal, vai ter que pagar um extra"
Mileena: "Jade morrerá assim como a Tanya"
Kotal Kahn: Devolva-a para mim, Mileena!"
Mileena: Nunca! Você sentirá a minha dor"
Mileena: "Sem você, Tanya estaria viva"
Rain: "O fracasso da sua rebelião não é culpa minha"
Mileena: "Era o seu plano, Rain!"
Rain: "Direcione sua raiva à Tanya, Mileena"
Mileena: "Mas foi você que me traiu, e não ela!"
Rain: "Pense Mileena. Quem foi que nos apresentou?"
A relação de Tanya e Mileena como um casal foi oficializada em Mortal Kombat 1, lançado em setembro de 2023. Aqui, Liu Kang acabou assumindo a missão de redefinir uma nova linha do tempo, definido os reinos ao seu modo. Por vontade do ex-guerreiro Shaolim, Mileena acabou renascendo como filha de Sindel ao lado de Kitana, sendo a primeira na linha de sucessão no trono da Exoterra.
O reino é protegido por uma guarda imperial formado exclusivamente por mulheres, grupo este chamado de Ungadi, que nos acontecimentos do jogo é liderado por Tanya. Em muitos momentos do modo história e em diálogos de batalha, é enfatizado o amor que uma sente pela outra, relação essa que é de conhecimento da família real exoterrana.
Tanya: "Sim princesa?"
Mileena: "Traga água, por favor?"
Tanya: "Como queira."
...
Kitana: "Cuidado, irmã. Envolvimentos com Ungadi são proibidos. Você conhece os votos."
Mileena: "Quem te contou?"
Kitana: "Ninguém, eu tenho olhos. Assim como aqueles da corte que querem o seu mal"
Mileena: "As regras de Ungadi são ridículas."
Kitana: "Você poderá mudá-las quando for imperatriz. Por ora, tente não prejudicar sua ascensão."
Mileena: "O que foi?"
Tanya: "Minhas costelas. Devo ter quebrado."
Tanya: "Me ajuda aqui."
Mileena: "Não, Tanya. Deite-se. Dessa vez, eu te protejo."
Tanya: Na saúde e na doença, estarei com você.
Mileena: Eu não poderia exigir mais
Tanya: Estou fazendo isso por um bem maior.
Mileena: O bem maior é o que eu sou para você!
Tanya: Não gosto nada de vê-la assim.
Mileena: Então somos duas.
Tanya: Creio que os sintomas da sua filha estão piorando.
Sindel: Seu dever é a segurança dela, não a saúde.
Tanya: O laço que tenho com sua filha...
Sindel: É proibido para uma Ungadi.
Tanya: Não devo nada a ninguém, imperatriz.
Sindel: Se tivesse que escolher, você salvaria Mileena ou a mim?
Além de Kung Jin, Mileena e Tanya, temos ainda o caso de Frost, a aprendiz revoltada de Kuai Liang, o segundo Sub-Zero. A jovem tem a ambição de assumir o comando do clã Lin Kuei, nem que para isso precise matar seus aliados.
Frost - "Deveria ter sido Grão-Mestre."
Noob Saibot - "Jamais permitiria mulheres Lin Kuei."
Frost - "Você é pior que o Kuai Liang."
Em Mortal Kombat 11, Frost rejeita todas as investidas de Rain e uma cantada de Johnny Cage, levantando suspeitas sobre a sua sexualidade.
Frost - "O que tem nessa mente suja?"
Rain - "Queria alguém como você para apagar meu fogo."
Frost - "Bela fantasia, mas não é a minha praia."
Frost - "Já vi como me olha."
Rain - "Você tem a personalidade de um gato selvagem."
Frost - "E as garras de um, também"
Frost - "Nem pense nisso, Cage."
Johnny Cage - "Admita que passou pela sua cabeça."
Frost - "Não estou interessada"
A bixessualidade também é algo frequentemente sugerida para Mature e Vice, as Hakkeshus da série The King of Fighters. Por mais que a SNK nunca tenha declarado uma linha sequer a respeito do assunto, o modo como ambas são retratadas sugere uma relação íntima que transcende os votos de lealdade com a entidade Orochi.
Essa insinuação sexual entre as duas foi inclusive abordado no desastroso The King of Fighters: A Batalha Final (The King of Fighters: The Movie), dirigido pelo cineasta Gordan Chan. Nele, há uma cena em que as duas comemoram o fato de estarem sozinhas, mas o clima de romance é interrompido com um chamado do torneio, cujos desafios ocorrem em uma espécie de outra dimensão.
Vice - "Fui chamada."Mature - "Lembra do recado que recebemos? Ninguém deve aceitar os desafios até que Chizuru autorize."Mature - "Nós duas?!"Vice - "Nunca soube de dois lutadores entrarem ao mesmo tempo."Mature - "Pode ser a nossa chance. Duas contra um."Vice - "Pode haver dois reis dos lutadores?"Mature - "Há uma primeira vez pra tudo."
Rugal - "Venha, vamos dançar!"Vice - "Para! Você venceu."Rugal - "Vocês não tem graça... duas garotas e um cara? Isso seria o sonho de qualquer homem."Mature - "Porque você não tira a insígnia?"Rugal - "Acha que é um jogo? Eu poderia te matar! Quer que eu te mate?!"Vice - "Não... não! Eu faço qualquer coisa!"Rugal - "Mesmo? O que está disposta a fazer por mim?"Vice - "Qualquer coisa."Vice - "O que você fez?"Rugal - "Digamos que ela se comprometeu, e você está sob contrato. Agora tem um trabalho a fazer... bem vindas a Corporação Rugal"
Assim como no caso de Mature e Vice, Rasputin é outro personagem que frequentemente é associado à comunidade LGBTQIAPN+. Oriundo de World Heroes, o lutador é um feiticeiro russo com grande conhecimento em magia. Ele entra no torneio de lutas da franquia pregando o amor que a humanidade deve ter.
A sexualidade de Rasputin é geralmente questionada não só em razão de seu país de origem (a Rússia tem um dos piores regimes ideológicos do mundo contra os gays), mas também por algumas de suas animações. Uma de suas poses de vitória, por exemplo, faz alusão a icônica cena de "O Pecado Mora ao Lado", onde o vento acaba levantando o longo vestido branco de 'A Garota', personagem da atriz Marilyn Monroe.
Outro fato que evidencia a orientação sexual de Rasputin é o seu especial "The Secret Garden", em World Heroes Perfect. Nele, o personagem entra dentro de um arbusto, puxando o seu adversário junto. Corações podem ser vistos flutuando em direção ao céu, além de alguns sussurros. Esse movimento só pode ser feito com lutadores do sexo masculino.
Uma curiosidade aqui é que o personagem da SNK foi inspirado em Grigori Yefimovich Rasputin, um místico russo que mais tarde se tornaria uma figura política influente no país no período da Dinastia Romanov.
Um detalhe que até hoje levanta polêmica diz respeito ao órgão sexual do conselheiro imperial. Historiadores relatam que o pênis de Rasputin teria sido supostamente arrancado por seus inimigos e depois redescoberto e guardado no Museu do Erotismo, em São Petersburgo, onde está inteiro mais de cem anos após sua morte.
Rival de Haohmaru na série Samurai Shodown, Genjuro Kibagami tem umas das histórias mais sofridas dos fighting games. Filho de uma prostituta, ele cresceu sem saber nada sobre o seu pai, fazendo um juramento silencioso de proteger sua mãe até que ele volte para casa.
Quando tinha 15 anos, o rapaz acabou matando um homem que batia insistentemente em sua mãe quando ficava bêbado. Genjuro só não contava que nesse mesmo dia acabaria ganhando uma enorme cicatriz nas costas após ser ferido por quem havia jurado proteger. Revoltado por ter sido sempre um bastardo, ele também a matou em retaliação.
Não demorou muito e Genjuro acabou sendo tutelado por Nicotine Caffeine, tornando-se colega de treino de seu outro discípulo, Haohmaru. Eles até acabaram virando amigos por um tempo, mas o seu temperamento explosivo e a ganância por poder fez com que acabasse expulso por seu mestre. Genjuro também prometeu matar Haohmaru por ele se parecer com o homem que agredia sua mãe.
Com relação a temática LGBT, alguma de suas falas versam sobre "discriminação entre a carne", dando a entender que o personagem é bissexual. Em batalha, ele não faz distinção de gênero, podendo matar tanto homens quanto mulheres, bem como pode apreciar ambos em sentido sexual.
Há ainda um final ruim em Days of Memories: Ōedo Love Scrolls que mostra o protagonista na cama, com Genjuro ao lado. Isso ocorre em razão do jogador sempre optar por treinar com personagem todos os dias, ao invés de ter encontros com uma das garotas do jogo.
Por mais que a SNK também não tenha se posicionado em relação a Ash Crimson, Shion e Jivatma, esses três personagens também afloram as discussões a cerca da temática LGBTQIAPN+.
No caso do protagonista da terceira saga de KOF, além dos trejeitos, Ash Crimson carrega fortes feições andróginas e roupas pra lá de extravagantes. O jovem também é dono de uma personalidade extremamente debochada, mas que encobre a preocupação dele com as pessoas que mais se importa, como é o caso de Elisabeth Blanctorche.
Já Shion, que fez sua estreia em The King of Fighters' XI, foi inicialmente pensado para ser a filha de Ron, o traidor do Clã Hizoko. Entretanto, por algum motivo, a SNK decidiu mudar o seu gênero, transformando-o em um homem, trazendo assim mais um personagem andrógino para a franquia.
Com relação ao chefe final de The King of Fighters' Maximum Impact 2, o ilustrador do jogo, Falcoon, revelou que seu design normal foi idealizado para passar a impressão de ser um inseto cascudo, como uma barata, enquanto seu modelo alternativo se tornou uma mariposa para contrastar com a borboleta de Luise Meyrink.
Esse design alternativo, segundo Falcoon, foi criado próximo do fim do desenvolvimento do personagem. Esse modelo acabou se originando em razão da ambiguidade de gênero da performance vocal japonesa de Jivatma e comentário ao improviso do escritor Akihiko Ureshino sobre o design geral do líder de Kusiel.
Assim como Pille Montario, Jean Pierre também possui a mesma nacionalidade e é amante de rosas, mas o que o torna diferente do loiro de Breakers é que a habilidade. Oriundo da franquia Fighters History, produzido pela empresa Data East, ele é um ginasta que entra em um torneio de luta para testar as suas habilidades. Isso ocorre após inesperadamente marcar 9,98 de pontuação em uma das competições que participou.
O que chama a atenção aqui e a sua personalidade narcisista e seu modo arrogante com os adversários, incluindo o elenco feminino do jogo.
"Você seria uma garota tão legal se tivesse um pouco mais de classe", Jean para Yungmie.
"Desculpe não termos tido tempo para conversar mais, minha querida!", Feilin
"Considere-se com sorte, minha amiga. Da próxima vez, não serei tão gentil!", Ryoko
Mas nem só de insinuações vivem a indústria do entretenimento. Há também espaços para casais assumidos, como é o caso de Arlequina (Harley Quinn) e Hera Venenosa (Poison Ivy), duas das maiores vilãs da DC Comics.
Espantalho: "Bela jogada, Hera."Arlequina: "Ruiva, você tá com eles?"Hera Venenosa: "Diziam que o seu parceiro Bruce iria cuidar melhor do Verde. Mas tudo o que ele fez foi remodelar as selvas de pedra de Gothan e Metrópolis. Na minha opinião, não são muito diferentes, ele e o Superman."Arqueiro Verde: "Se acha que seus novos amigos ligam pro Verde, seu cérebro precisa de adubo."Hera Venenosa: "Grodd cumprirá o prometido ou ele será a próxima vítima."Arlequina: "Ah ruiva. Porque me obriga a isso?"Arlequina: "Eu vou tirar você daqui, vai. Podemos trabalhar juntos de novo, enlouquecer os garotos, sabe? Como nos velhos tempos..."Hera Venenosa: "Os velhos tempos eram divertidos... Mas hoje em dia eu só jogo sério."
Em dos arcos dos quadrinhos da editora, Harleen Quinzel acaba saindo de relacionamento abusivo com o Coringa (Joker), passando a assumir um romance com a especialista em botânica Pamela Isley. Essa união é mencionada em troca de diálogos entre as duas no game Injustice 2.
Arlequina: "Achei que éramos amigas"
Hera Venenosa: "Pensei que a gente fosse mais que amigas"
Arlequina: "Agora acabou"
Hera Venenosa: "Ah, o que eu faço com você?"
Arlequina: "Não lutar? Mudar de lado? Casar?"
Hera Venenosa: "Nenhuma das alternativas, lindinha."
Arlequina: "Dra Isley"
Hera Venenosa: "Dra Quinzel"
Arlequina: "Uh, adoro quando brincamos de médico."
Um fato importante a mencionar nesse caso é que o namoro das duas caiu tanto no gosto do público que ambas são hoje tidas como ícone da cultura LGBTQIAPN+.
Mulher Gato: "Arlequina, tá bem?"Hera Venenosa: "Doce, doce Arlequina. Dessa vez você será uma boa menina para a mamãe..."Arlequina: "E ai, criançada! Vamos brincar de "uni duni tê... MORTE"!"Hera Venenosa: "Arkham nos trouxe tantas memórias, Selina. Aliciando guardas, pôquer noturno... Terapia de choque obrigatória..."Hera Venenosa: "Ah, é mesmo. Você foi poupada. Tudo graças ao seu bofe bilionário."Mulher Gato: "Eu não pedi tratamento especial."Ciborgue: "Tô de saco cheio desse chororô."Hera Venenosa: "Você está louco pra me machucar, né, Homem de Lata? Mas o que perdeu não vai voltar. Principalmente abaixo da cintura..."Hera Venenosa: "A pobre Arlequina cheio as rosas erradas, e agora está em choque."Hera Venenosa: "Tchau, tchau, bonequinha."Mulher Gato: "Mantenha ela viva. Isso é pessoal."Mulher Gato: "A Arlequina era sua amiga. Ela te amava!"Hera Venenosa: "Não tenho mais amigas, Selina. Tudo que me resta é o verde"
"O Pacificador é um personagem interessante por que ele é muito ferrado em muitas maneiras, mas, ao mesmo tempo, possui ideias bastante e estranhamente progressistas", revelou o diretor.
"John improvisa o tempo todo, e ele trasnformou Christopher Smith nesse cara hipersexualizado que está aberto a qualquer coisa sexualmente", completou.
Dragão Branco: "Eu sabia que dormia com prostitutas de sangue poluído."Pacificador: "E homem!"
Pacificador: "Eu não estou mais com --- Eu --- Eu não estou com nenhuma mulher há muito tempo"
Comecemos esta lista por Lavida, a estrela do Jewel Resort Cassino, um cruzeiro de luxo que abriga um espetacular ringue de luta. Ela é uma mulher trans que usa o seu estabelecimento para espalhar o amor e a bondade por meio da luta.
"Recebemos muitas perguntas sobre o sexo da Bridget. Após os eventos da história de Bridget no Modo Arcade, ela se identifica como mulher. Então, sobre se 'ele' ou 'ela' seria o pronome correto para Bridget, a resposta seria 'ela'", disse.
"Entramos em acordo de que terá que repor tudo. Isso já foi iniciado, porém não será uma reposição imediata, mas em várias prestações", declarou ele a site START, do Portal de Notícias UOL.
"Na data do dia de combate a LGBTfobia [17 de maio], eu até fiz uma postagem nas redes sociais falando da importância do combate a violência contra as pessoas LGBT, e eu coloquei ele [Cristiano Martins] nessa publicação, pois era o único personagem que externava isso. Hoje há uma variedade de personagens da comunidade LGBTQIA+, mas dificilmente coloco isso de modo tão explícito, pois acredito que o mais interessante é que isso seja descoberto durante a trama, ou que isso nem seja o rótulo inicial do personagem", disse.
"Não pretendo fazer 'Queen Bait', de só insinuar a relação dos personagens. Acho que já no primeiro TRAF, vou mostrar muita coisa, mas eu gosto quando esse tipo de temática é colocada de uma forma orgânica em uma trama. Você é apresentado a um personagem e no desenrolar das sequências presencia a sua relação com outros lutadores e como isso é tratado com a mais extrema normalidade", completou.
Seria maravilhoso se tivéssemos um game só com estes personagens! Quem me conhece sabe que Amane de BB, Ash do KOF e Poison de SF sempre estão entre os meus personagens favoritos. Curto demais todas as sutilezas que são apresentadas nos enredos e nos backgrounds de personagens. Obrigado pelo artigo é excelentíssimo!
ResponderExcluirEntre Mature e Vice só Mature realmente é bi, aquele filme tosco nem é considerado.
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