CEO DA SNK RELEMBRA PEDIDO DE PRÍNCIPE SAUDITA: 'QUE CRESÇA COMO EMPRESA JAPONESA E BRILHE NOVAMENTE NO MUNDO'

*Atualizada às 18h25, com acréscimo de informações sobre a história da SNK
 

No comando da SNK desde julho de 2021, Kenji Matsubara confidenciou que o príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, desejou apenas que a companhia mantivesse as sua raízes e voltasse a brilhar novamente como nos anos 90. A revelação foi feita durante participação na Game Creators Conference ‘24, evento realizado no início deste ano em Osaka, Japão. 

 


"Perguntei ao Príncipe Herdeiro o que ele queria que a SNK se tornasse. Você quer transferir a SNK para a Arábia Saudita e expandí-la, ou quer desenvolver cada vez mais jogos usando a propriedade intelectual da SNK na Europa e na América? O Príncipe Herdeiro então fez um pedido apaixonado dizendo: 'Quero que a SNK cresça como uma empresa japonesa' e 'Quero que ela se torne mais uma vez uma empresa como a SNK [antiga], que era brilhante e crescente em todo o mundo na década de 1990'", disse.

 

Como foi revelado pelo BLOG, bin Salman, acabou adquirindo 96% das ações da SNK, incorporando-a a MiSK Foundation. Embora seja bem conhecida na Ásia, principalmente por possuir escritórios na China e Coreia do Sul, a companhia ainda enfrenta dificuldades para se estabelecer no mercado norte-americano e europeu.  

O plano principal da nova SNK é tornar-se uma das dez maiores editoras de jogos do mundo, no prazo dez anos. Para atingir este objetivo, a empresa tem se empenhado não só elaboração de estratégias de longo prazo, mas também em soluções de curto prazo, calculando com precisão quantos títulos pretende lançar num período de 3 anos.

 

RELEMBRE A TRAJETÓRIA DA SNK

Fundada em Osaka no ano de 1978, a SNK obteve um sucesso notável na década de 1990, graças à popularidade de suas séries de jogos de luta para arcade, como The King of Fighters, Fatal Fury, Art of Fighting e Samurai Shodown. Foi também nesse período que a empresa se especializou na produção de games para consoles domésticos. 

 

Entretanto, a SNK acabou entrando em crise no início dos anos 2000, fechando várias filiais que possuía pelo mundo, inclusive no Brasil. A falência da empresa foi anunciada no ano seguinte, sendo inicialmente incorporada pela Azure, famosa por seus investimentos em máquinas de pachinko.

No mesmo período, ex-funcionários da SNK criaram a BrezzaSoft, empresa que passou a desenvolver alguns jogos para Azure. O então ex-presidente da SNK Corporation, Eikichi Kawasaki, acabou fundando Playmore, incorporando a BrezzaSoft, a Noise Factory e a Sun Amusement, restabelecendo o controle de suas IP's.

Em 2015, os fãs das franquias da empresas foram surpreendidos com o anúncio de que a SNK foi comprada pela Leyou Technologies, uma gigante da tecnologia chinesa, por $63.5 milhões de dólares, e em novembro de 2022, o príncipe saudita acabou adquirindo 33,3% das ações da companhia.

 


O domínio da família real saudita se intensificou no ano seguinte, com MiSK Foundation passando a ter 96% das ações da SNK, tornando-se o acionista majoritário companhia. Isto gerou preocupações na mídia sobre o fraco histórico de direitos humanos da Arábia Saudita, sobretudo em relação às mulheres, às minorias e ao seu papel contínuo na guerra no Iêmen.

O impacto da influência de bin Salman na geração de conteúdos relacionados às representações de mulheres e personagens LGBT nos jogos da desenvolvedora também era vista com preocupação. No entanto, o produtor-chefe e designer da SNK, Yasuyuki Oda, garantiu que essa polêmica não afetaria a produção criativa da empresa. 

 


"Não tem - não - efeito sobre a nossa produção criativa. Temos total liberdade sobre o que queremos criar”, disse ele ao The New Arab.

COM INFORMAÇÕES DE AUTOMATON MEDIA

 

Comentários

Postagens mais visitadas