SEGA CHEGOU A COGITAR PROCESSAR A ATARI POR SIMILARIDADES ENTRE FIGHT FOR LIFE E VIRTUA FIGHTER



Em publicação feita em outubro do ano passado, o BLOG repercutiu o vídeo resposta da Data Easy Co. contra a tentativa de processo que a Capcom U.S.A. havia movido contra a empresa, sob a alegação de violação de direitos autorais. Entretanto, esse não foi o único embate que agitou a FGC (Fighting Game Community) durante a década de ouro dos jogos de luta.

De acordo com artigo de Kenji Aoyagi, a SEGA chegou a cogitar processar a Atari pelas semelhanças entre Fight For Life e Virtua Fighter, mas desistiu por achar constrangedor. O assunto foi trazido à tona por Tetsuya Kaku, desenvolvedor da AM2 Research Lab, durante uma palestra ocorrida no ano de 1997.



"A história sobre VF foi particularmente engraçada. VF1 estava concluído, por enquanto, e havia um francês entre a equipe. No entanto, essa pessoa foi à Atari depois que o jogo foi concluído. A equipe de produção de VF ficou surpresa ao ver fotos do novo software do Atari Jaguar. Isso porque havia um jogo que era quase uma cópia de VF. O culpado era definitivamente aquele francês. A equipe imediatamente começou a reunir materiais para um processo, como se dissesse: 'Podemos processá-los a qualquer momento!', e chegou ao ponto de dizer: 'Agora, podemos processá-los a qualquer momento!', mas os movimentos ruins dos personagens no jogo, que não podiam ser vistos nas fotos, os fizeram pensar: 'Seria constrangedor processá-los' e desistiram do processo. Não sei até que ponto isso é verdade, mas meu amigo disse: 'A Atari é protegida pela Convenção de Washington, então não há como evitar', revelou Kaku

 

O "culpado" pela semelhança entre os projetos, segundo o desenvolvedor, foi Francois Bertrand, que atuou  nos sistemas de câmera e colisão do primeiro Virtua Fighter até se mudar para os Estados Unidos. Entretanto, o mesmo êxito com o jogo da SEGA parece não ter se repetido com o game da Atari, que acabou recebendo críticas negativas por conta de seu sistema caótico de jogabilidade do Atari Jaguar.



"[Fight For Life] demorou mais do que o previsto para ser lançado, não exatamente por problemas de produção, mas mais por causa da situação financeira da Atari na época. Estávamos quase terminando quando a empresa praticamente fechou da noite para o dia, e foi preciso muita pressão para terminar", revelou ele ao Arcade Attack em 2019.

 

Por sorte, a SEGA e a Atari chegaram a um acordo, firmando um pacto de compartilhamento de propriedade intelectual para defender patentes que havia obtido durante o mandato de Nolan Bushnell. Atualmente, Bertrand trabalha para a Apple, gigante das gigantes da tecnologia dos Estados Unidos. 



"Quando a empresa começou a demitir pessoas, enquanto tentava encontrar um pretendente, o jogo não estava pronto. Não estava longe, mas precisaria de mais alguns meses para ficar ainda melhor. Consegui negociar alguns meses (depois de ter sido demitido) para finalizar o que era financiável. Eu poderia ter usado cinco, mas foi tudo o que consegui. Precisaríamos desse tempo extra para melhorar um pouco o controle de qualidade do jogo e polir muitas das coisas que ainda estavam um pouco vazias. Mas, naquela época, era isso ou não ter o jogo. Algumas coisas foram cortadas, simplesmente por falta de tempo ou recursos", concluiu.

 

Vale lembrar que um novo game da franquia Virtua Fighter está em desenvolvimento pela Ryu Ga Gotoku Studio, mas ainda sem data definitiva de lançamento.

COM INFORMAÇÕES DE EVENTHUBS E RETROGAMER.

  

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