#GetOverHere - CRÍTICA: O MAIOR PECADO DO REBOOT DE MK FOI NÃO SER O MORTAL KOMBAT QUE CONHECEMOS
Após uma longa espera de 26 anos, finalmente temos um novo Mortal Kombat para chamar de nosso. Entretanto, o pontapé inicial dado pela Warner Bros para a construção de universo cinematográfico para a franquia parece não ter começado da melhor forma.
Para começar, o filme tem como principal produtor ninguém menos que James Wan, uma das mentes mais antenadas de Hollywood, como envolvimento direto em sucessos como Jogos Mortais e Aquaman. Era de se esperar que essa pompa toda pudesse resultar em um produto épico, principalmente levando em consideração a classificação Rated R (+18), ideal para uma franquia sangrenta como MK. Entretanto, a sensação de que fomos enganados surge logo após os primeiros minutos de cenas introdutórias.
Com uma narrativa rápida demais, talvez em razão da quantidade de figuras conhecidas, o reboot peca pela falta de aprofundamento da personalidade de cada lutador. Até dá para entender que o propósito do estúdio é entrar na história individual de cada um deles nas sequências que possam surgir no futuro, mas fica clara a deficiência de apresentá-los de forma coerente, ou seja, sem que cause estranheza para quem os conhecem.
A Sonya Blade de Jessica McNamee, por exemplo, em nada lembra a tenente durona das Forças Especiais dos videogames. Aqui é como se estivéssemos diante de uma personagem que só está lá para quebar um galho, com uma relevância quase zero para sua equipe. A interpretação de Joe Taslim também não agrada, passando a impressão de que ele foi escalado somente para dar tom as cenas de batalhas. Seu Sub-Zero em si é uma saraivada de coisas erradas, mas partes desse problema ocorre em razão da forma como os roteiristas decidiram retratá-lo.
Também não podemos esquecer de Cole Young (Lewis Tan), personagem criado especialmente para esse filme. Infelizmente nem o fato de descender dos Shirai Ryu é capaz de convencer os fãs de que estamos diante de grande protagonista. Ele está lá, mas é como se não fizesse a menor diferença. Um erro colossal.
Mas também tivemos alguns acertos na escalação de atores. Ludi Lin e Max Huang funcionam muito bem como os monges Liu Kang e Kung Lao, dando aos fãs o que eles realmente desejam em um filme baseado em MK. Mas talvez o maior destaque do elenco é mesmo Hiroyuki Sanada, que realmente entregou o Scorpion que queríamos ver.
Sobre os aspectos visuais, esse é um quesito que divide opiniões. Se por um lado houve acertos na escolha das locações para as cenas e dos trajes para os personagens, por outro lado erros grotescos ocorreram a execução dos efeitos especiais, que não passam o grau de convencimento desejado.
As coreografias de luta, que foi um dos pontos mais enfatizados durante o período de divulgação do novo filme, incluíndo nas entrevistas com o diretor Simon McQuoid e parte do elenco, parecem funcionar apenas nos trailers. Em tela, a impressão que se tem é que as mesmas acabaram retalhadas pela edição, o que acaba tirando um pouco do brilho de quem adora ver um combate sangrento.
Em resumo, mesmo pessuindo uma boa intenção, Mortal Kombat não chega aos pés do clássico de 1995, que até hoje goza do privilégio de ser a melhor adaptação de uma franquia de videogame para os cinema. Tudo que foi mostrado deu a impressão de que o reboot quis ser tudo, menos MK, o que é o pior dos pecados. A Warner parece ter deixado claro que há chances para quatro filmes, ou pelo menos uma trilogia, mas se as coisas continuarem assim, será melhor nem passar do primeiro. Resta saber o que o futuro nos espera.
IDEALIZADOR DO BLOG DO REAL MINER
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