OPINIÃO | A PROVOCAÇÃO DE STREET FIGHTER A MORTAL KOMBAT II NO TGA REVELA ALGO ALÉM DA DISPUTA NAS BILHETERIAS
Já se passaram alguns dias desde a divulgação da prévia de cenas do próximo filme em live-action de Street Fighter no The Game Awards. No entanto, a "infame" piada do ator é comediante Andrew Schulz (Dan Hibiki) ainda é assunto na FCG (Fighting Game Community), revelando que tal provocação vai além do que uma disputa nas bilheterias.
É inegável que primeira incursão da franquia de Ed Boon e John Tobias nos cinemas trouxe uma enorme contribuição para a introdução de mais adaptações baseadas em videogames na indústria cinematográfica, principalmente se levarmos em conta a execução duvidosa dos live-actions de Super Mario Bros (1993), Double Dragon (1994) e o próprio Street Fighter (1994), que contou com então astro de filmes de ação Jean-Claude Van Damme no papel de protagonista. Entretanto, é preciso também analisar o retrospecto da Warner Bros. com MK nos últimos anos.
DESPRESTÍGIO
De alguma forma, a piada de Schulz sobre atual momento enfrentado por Mortal Kombat soa como uma verdade bastante dura, porém, coesa, visto que a série tem sido bastante descaracterizada por sua atual dona. Basta observar, por exemplo, a condução que tem sido feita nos videogames, com o 12º jogo da linha principal sendo totalmente descaracterizado em lore, suprimindo personagens importantíssimos e deixando outros totalmente sem rumo, fora os problemas de jogabilidade e falta de comunicação da empresa com o público.
O próprio reboot lançado em 2021 nos cinemas também não nos deixa mentir quanto ao não respeito pelo o que os fãs desejam em ver na tela. Apesar de ter sido um dos filmes mais assistidos do HBO Max, em um período em que o mundo vivia sob as restrições impostas pela pandemia de covid, o longa não tinha o seu famoso torneio; apostou por pressão de executivos em um protagonista apático, sob a justificativa de criar uma "identificação" com o público que não conhecia a série; e inventou o conceito das "arcanas" para explicar os poderes dos personagens, quando não havia necessidade alguma de explicá-los.
A DISPUTA COM A NETFLIX
Outro questão que pesa nessa "troca de farpas" é o fato da WB. está atualmente em um processo de venda, cujo vencedor até esse momento é a Netflix. A gigante dos streamings ofereceu US$ 72 bilhões (cerca de R$ 382 bilhões) pelos ativos da empresa, restando apenas a aprovação de órgãos regulamentadores para a a sua consolidação.
Por coincidência, além de ter sido a primeira a fazer lances para adquirir a Warner Bros., a Paramount Skydance será a responsável por distribuir o próximo live-action de SF nos cinemas. Indiretamente, ao afirmar que "Eles só se importam com dinheiro", a fala de Andrew Schulz faz parecer que tal crítica foi orientada pelos executivos da empresa chefiada por David Ellison, colocando ainda mais lenha na fogueira dessa disputa.
Por outro lado, se analisarmos as duas incursões de Street Fighter na grande tela, a conclusão que chegamos é que a franquia da Capcom também está longe de obter um êxito aceitável, principalmente ao analisarmos o filme de 2009, que trouxe Kristin Kreuk (Smallville: As Aventuras do Superboy) no papel de Chun-Li.
Apesar disso o filme de Kitao Sakurai, que deve chegar em 16 de outubro de 16, parece não ter o menor pudor em abraça com alegria o exagero e a história boba que fazem da franquia o que ela realmente é, além de deixar seus personagens muito fiéis aos jogos. E mesmo diante da polêmica, a palavra de ordem entre o elenco tem sido ignorar qualquer tipo de constrangimento que tenha ocorrido durante o TGA.
E para você? Quem vencerá essa disputa? Deixe a sua opinião nos comentários.
Minervaldo Lopes
*Idealizador do BLOG DO REAL MINER






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