'NÃO ESTAVA PREOCUPADA COM VENDAS, QUERIA SE LIVRAR DE HARDWARE', DIZ EX-DESENVOLVEDOR DA CAPCOM SOBRE STREET FIGHTER ZERO



Situada cronologicamente entre os eventos de Street Fighter e Street Fighter II, a série Zero (Alpha no Ocidente) acumula aproximadamente 3,33 milhões de unidades vendidas, segundo os dados da lista de títulos platinum da Capcom.

Recentemente, o ex-desenvolvedor da empresa, Hideaki Itsuno, deu detalhes sobre a produção dos títulos da série. A entrevista foi dividida em duas partes no portal da Capcom Fighting Network.

De acordo com ele, seu ingresso dentro da equipe de desenvolvimento da série começou de forma inesperada, através de um convite feito por seu superior na época, Noritaka Funamizu.



"Acho que naquela época eles tinham começado a portar Street Fighter para o Super Famicom. Até os documentos de design da época tinham 'SFC'. Então, ne período, eles tinham o Bengus, que estava criando uma arte conceitual incrível para o primeiro Street Fighter, e uma coisa levou à outra, e eles conversaram sobre transformá-lo em um jogo de verdade.

Alguém estava pensando na história, enquanto meu chefe, Funamizu-san, analisava o panorama geral. Mas não havia nenhum designer de jogos no projeto. 'Você quer fazer isso?'. No meu primeiro ano na empresa, eles me perguntaram se eu queria fazer", disse.


Segundo Itsuno, a desenvolvedora já estava trabalhando em títulos de arcades que utilizariam o CPS3, ao mesmo tempo que o processador anterior, o CPS2, vinha recebendo uma enxurrada de jogos. Isso permitiu um equilíbrio na disputa de mercado com a sua maior concorrente no gênero, a SNK. 



"Na época eu era apenas um garoto novato sem nenhum título real, mas tive a chance de trabalhar no Street Fighter! [...] Quando entrei na empresa em 94, foi incrível. O CPS3 seria o lar do verdadeiro sucessor de Street Fighter III, e com o CPS2 estávamos fazendo Darkstalkers , Saturday Night Slam Masters e X-Men.

Depois disso, com Marvel Super Heroes , foi impressionante a quantidade de jogos de luta que estávamos fazendo.

Até então, a Capcom tinha a reputação de desenvolver apenas iterações de Street Fighter II, apesar dos jogos de luta serem superpopulares, o que era o oposto de uma certa empresa rival de Osaka, que estava lançando muitos jogos de luta diferentes", comentou.


Em resumo, o primeiro game da série Zero acabou surgindo como uma maneira de não só dar profundidade a história de Street Fighter, mas principalmente preencher o estoque que a empresa possuía de máquinas que funcionavam com CPS2.

 


"Desde o início, a Capcom nunca se preocupou com as vendas do título. Eles só queriam se livrar do estoque, então imaginaram que, se você usa alguns dos novatos para fazer o que quer, você deveria ir em frente e fazer.

E é por isso que foi um desafio tão grande, no bom sentido. Não sabíamos o que estávamos fazendo, não tínhamos muita animação, e o polimento foi algo que nos esforçamos ao máximo para fazer", frisou.


Sobre a inclusão de personagens oriundos de Final Fight, Itsuno reforçou que a ideia inicial da Capcom era do título, antes chamado de Street Fighter' 89, fosse inserido entre os eventos de SF e SF II. No entanto, o elenco do segundo game já se encontrava definido, não havendo mais tempo para a equipe trabalhar em mais animações.

Dessa forma, Zero acabou cumprindo a missão de incorporá-los a cronologia principal de SF, com Guy e Sodom aparecendo no primeiro título da série.

   


"Final Fight se chamava Street Fighter '89 naquela época, certo? A história se passava entre Street Fighter I e II. Então, estávamos pensando em fazer um jogo que se passasse antes de Street Fighter II, então parecia natural que os personagens de Final Fight aparecessem, já que são do mesmo mundo. No entanto, os lutadores já estavam definidos antes de eu entrar para a equipe, porque eles precisavam começar a fazer a animação", pontuou.


Atualmente, a série Street Fighter está na ativa com o sexto game da parcela principal. O jogo está disponível para Playstation 5, XBox Series X|S, Nintendo Switch 2 e Steam.

COM INFORMAÇÕES DE EVENTHUBS.


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